Resenha: Emerson, Lake & Palmer – Trilogy (1972)


Por Diego Camargo

Nota: 

Disco: Trilogy
Ano: 1972
Selo: Atlantic

Faixas:
1. The Endless Enigma (Part One) – 6’42
2. Fugue – 1’57
3. The Endless Enigma (Part Two) – 2’05
4. From The Beginning – 4’17
5. The Sheriff – 3’23
6. Hoedown (Taken From Rodeo) {Aaron Copland} – 3’47
7. Trilogy – 8’54
8. Living Sin – 3’14
9. Abaddon’s Bolero – 8’08

Formação:
Greg Lake – voz/baixo/letras/violões e guitarras
Keith Emerson – Hammond organ C3/Steinway piano/Zoukra/Moog synthesizer IIIC e Mini Moog Model D
Carl Palmer – bateria e percussão

Resenha:
1. The Endless Enigma (Part One)
Nunca uma música tinha me dado tanto medo quanto esta, seu começo medonho me dá arrepios até hoje, me lembro como se fosse hoje, um amigo me disse que tinha esse disco, mas não sabia o que era, e eu respondi no ato, me traz o LP que eu escuto, que susto tomei escutando na sala de casa somente com o abajur ligado! Tenebroso. Aquelas batidas como as de um coração. No começo bem baixinho, logo em seguida de uma melodia de teclados estranha, e os ataques de pianos assustadores entre os silêncios. Emerson sabia como tirar som das teclas que ele carregava consigo. Baixo entra marcando, enquanto o que seria uma flauta marroquina marca a melodia, pra que entre o que eu chamaria de ELP Sound, teclados comendo solto enquanto Carl e Greg soltam bases perfeitas. Eis que entra o vocal! Meu Deus como alguém pode cantar tanto quanto o Lake? Se é que tem alguém que eu queria cantar parecido esse alguém seria ele (e logo em seguida o Ian Anderson do Jethro Tull). Final perfeito com uma melodia perfeita. Com o baixo sensacional de Lake marcando a melodias como os teclados. Percussão toma conta de tudo pra que liguemos os teclados de Emerson às nossas mentes e corações…

2. Fugue
Poucos tocam piano como Keith Emerson, em sua Fuga, ele e Greg lake constroem uma parceria perfeita. Toneladas de melodias e contrapontos.

3. The Endless Enigma (Part Two)
Concluindo o que tinha sido começado temos a parte dois do Enigma, magistralmente conduzido por nosso três asseclas do som.

4. From The Beginning
O espanto que me causa a interação do Lake com os violões, como ele consegue compor tantas canções magistralmente maravilhosas, eu nunca paro de tocar no violão ‘From The Beginning’, é uma melodia que não sai da cabeça. É tão melodiosa e bonita. Os vocais são tão perfeitos, o baixo é sem sombra de dúvida um destaque da canção, junto com os sempre estupendos teclados do Mr. Emerson. E é claro não deixo de falar do solo lindo e cheio de melodia de guitarra de Lke no meio da canção. Soberbo!

5. The Sheriff
Sensacional! Eu sempre disse pra mim mesmo, todo disco do ELP deve ter uma balada de Lake, uma Fuga de Emerson e é claro, um honky tonk Western para alegria do pessoal, aqui temos uma das histórias de Velho Oeste muito bem conduzida pela banda. É divertidíssimo ouvir essas canções, pois até onde eu sei ninguém mais fez uma coisa parecida. Pra terminarmos com aqueles solos loucos de cowboy. Lindo!

6. Hoedown (Rodeo)
Se essa não é a marca registrada da banda eu realmente não sei o que é! Com uma melodia cativante e dançante ao mesmo tempo é capaz de arrebatar até o mais incauto dos viajantes pelo mundo das maravilhas do rock progressivo. Três mestres da arte da música estão trabalhando, não ouse atrapalhar! Ouça e tente não cantar junto à melodia, eu te desafio!

7. Trilogy
Singela beleza é o que me diz o começo, sntetizador e piano dando o tom para que Lake possa mostrar o quão bonito sua voz é. O segundo lado do disco ficou para as canções maiores, começando por esta (8’54). Assim que a melodia inicial nos deixa tonto surge a segunda parte da canção para que entendamos que tudo tem dois lados, depois da singela beleza nos vem (assim como em nos- sas cabeças) a loucura. Num tempo super quebrado Emerson nos mostra o quanto vale. E nossos dois outros heróis nos mostram o quão importante é ter uma base sólida para uma banda. No que seria uma terceira parte da música surge a unificação das duas coisas, a beleza e a loucura, juntas numa só pra nos mostrar que tudo possui dois lados, mas que eles podem se misturar a qualquer momento sem que isso gere nenhum tipo de conflito no mundo. E dá-lhe Emerson e os Moogs. E acabamos num fim inusitado!

8. Living Sin
Living Sin é totalmente anárquica, uma leve sensação de medo quando Greg começa a cantar com aquele timbre bem grave. Nem parece ele cantando. A mistura de sons de teclados que Keith consegue com toda aquela parafernália que carregava com ele é simplesmente maravilhosa. A segunda parte traz um peso dúbio para uma banda de três componentes e que não carrega a guitarra (símbolo do peso) com eles.

9. Abaddon’s Bolero
Abaddon’s Bolero até hoje (pra mim) é indecifrável. Uma melodia muito baixa toma conta dos alto-falantes e aos poucos nos vai envolvendo e juntando novos elementos a música, o som vai aumentando (em termos sonoros mesmo), e quando chega ao ápice já está acabando. (Vai entender esses caras, risos).

Com certeza eu não preciso falar mais nada. Se você não ficou interessado com o que eu escrevi ai logo acima não vai ficar interessado nunca!

2 comentários em “Resenha: Emerson, Lake & Palmer – Trilogy (1972)”

  1. Sem dúvida um clássico do prog e, junto do primeiro disco do ELP, este pode ser considerado um dos melhores álbuns desta excelente banda. Combinação perfeita entre virtuosismo e belas melodias fazem desta obra uma jornada inesquecível para os amantes da boa música, os caras são gênios.

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