
Por Wilfred Gadêlha
Faz alguns anos que o Clube Português virou uma espécie de templo do heavy metal do Recife. Neste sábado, a partir das 21h, a tradicional casa da Avenida Rosa e Silva vai reviver a sua “nova” vocação ao receber as duas mais importantes bandas brasileiras de metal. Sepultura e Angra dão continuidade à turnê que iniciaram em maio, inédita já que ambos jamais haviam investido em tal empreitada.
O momento das duas bandas é parecido. Ambas vivem um tempo de mudanças. Enquanto o Sepultura está “livre” dos irmãos Cavalera, o Angra volta de um recesso forçado de quase três anos. Neste retorno, conta com Ricardo Confessori, baterista da formação anterior que levou o metal melódico brasileiro ao sucesso no exterior.
A nova fase do Sepultura – com o baterista Jean Dolabella no lugar de Igor – se solidifica com a ótima recepção da crítica ao mais recente álbum do quarteto, A-Lex (2009), lançado este ano e baseado no clássico livro Laranja mecânica, de Anthony Burgess. O disco é o segundo conceitual da banda – o anterior, Dante XXI (2006), foi inspirado em A divina comédia, de Dante Alighieri.
“A turnê tem sido muito legal. Apesar de termos estilos diferentes – a gente é mais cru e o Angra, mais melódico – a recepção tem sido ótima”, conta Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura. Conta ele que, além dos shows que foram feitos em maio e que continuam agora no Brasil, há a possibilidade do pacote Angra/Sepultura ser levado para fora do País. “Estamos negociando ainda essa parte.”
O Angra trouxe de volta Confessori, que gravou com a banda discos clássicos como o debut Angels Cry (1993) e o consagrado Holy Land (1996). Ele, o vocalista Andre Mattos e o baixista Luis Mariutti saíram, no início da década, para montar o Shaman. O Angra se reinventou e, ao lado dos guitarristas Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt, a formação se estabilizou com Edu Falaschi (voz), Felipe Andreoli (não o do CQC, mas o baixista) e Aquiles Priester, que deu seu lugar agora a Confessori. “Os shows deste ano são um presente para nós e para os fãs. Depois de algum tempo sem tocar, voltar aos palcos com as músicas principais de uma longa carreira de 18 anos como a do Angra é gratificante”, diz Kiko.
Os ingressos estão sendo vendidos na bilheteria do clube (Avenida Rosa e Silva, 172, Aflitos) e nas lojas Gramophone (Shopping Recife), Abbey Road e Disco de Ouro: pista a R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), ingresso social: R$ 40 mais 1 kg de alimento, e camarote: R$ 50 (individual), R$ 500 (para 10 pessoas).
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